Sinto a cabeça cheia cheia de barro
Quando tu não estás, sinto-me isolado
Aguardo o tempo de te ver entrar aqui
São tantas as coisas que se passam dentro
Medos, receios desejos que eu não sei se entendo
E não me afasto porque também não tento
Fico à Janela a ver se passa este momento
Não vês a estrada não vês nada
Daquilo que eu já fui
Não sei lembrar
Tens uma história que promete
Contar para adormecer
Se não deixares
O veneno alastrar
Por tudo o que tu és
E que eu já fui por ti
Olho ao espelho mas ele fica desfeito
Com tanto preconceito, gostava de ser perfeito
Mas vou na estrada a exibir tanta vaidade
A ser mascote de fraca sinceridade
E o tempo passa e eu fico refém
De mágoas acumuladas e mal ultrapassadas
E guardo desculpas em minha auto defesa
E a vida estagna, por não saber o que mais interessa
Olha, para mim e diz-me o que sentes e o que vês em mim
Não vês a estrada não vês nada
Daquilo que eu já fui
Não sei lembrar
Tens uma história que promete
Contar para adormecer
Se não deixares
O veneno alastrar
Por tudo o que tu és
E que eu já fui por ti